Festival traz ao Rio inovadores dos clássicos

Festival traz ao Rio inovadores dos clássicos

O Festival Rc4 tem entregado exatamente o que promete: reunir no Rio de Janeiro artistas internacionais que estão construindo novas direções para a música clássica.

Semana passada, apresentaram-se no Oi Futuro Ipanema o pianista luxemburguês Francesco Tristano (dia 16), o compositor inglês Gabriel Prokofiev e o saxofonista catalão Joan Martí-Frasquier (dia 17). No final do artigo, vídeos Vine de Tristano e Prokofiev no palco carioca.

Esta semana, será a vez do violinista suíço Etienne Abelin (dia 23) e o trio alemão Brandt Brauer Frick (dia 24).

Etienne Abelin apresentará o software Music Animation Machine, definido como "um GPS musical",  desenvolvido pelo americano Stephen Malinowski, colaborador de Björk.

Etienne convidou a pianista brasileira Kátia Balloussier para tocarem e demonstrarem juntos o software.

Veja a apresentação que o suíço fez em recente TEDx, mostrando o Music Animation Machine.

Etienne Abelin tem atividade inovadora não só no palco, mas também como empreendedor cultural.

É fundador da classYcal, start-up dedicada a promover inovações na música clássica e organizar eventos diferenciados. A noite Ynights, em casas noturnas, ganhou o prêmio "Melhor de 2013" da revista Züritipp. É fundador do Festival Apples and Olives, voltado para a música indie classical.

Além de atuar como músico solista e em grupos de câmara, Etienne já tocou em orquestra sob regência de Claudio Abbado. Ele é professor do El Sistema europeu, co-fundador da  Orquestra Jovem do Sistema Europeu e um dos fundadores do Superar Suisse.

O trio alemão Brandt Brauer Frick, que encerra a programação do Festival Rc4,  se auto-intitula "um projeto tecno de Berlim que toma por base instrumentos de música clássica".

Este video de 2010 mostra bem de onde partiu o som do grupo, aqui com mais músicos além do trio fundador.

Daniel Brandt, Jan Brauer e Paul Frick vão mostrar no Festival Rc4 instrumentos acústicos e sons eletrônicos.

Veja o Vine captado durante a apresentação de Francesco Tristano (ligue o som clicando no rodapé direito do vídeo):

E veja também o Vine captado durante a apresentação de Gabriel Prokofiev em duo com o violoncelista brasileiro Hugo Pilger (ligue o som clicando no rodapé direito do vídeo):

Ouça aqui o nosso boletim na Rádio CBN que destacou a segunda semana do Festival Rc4 e tocou Brandt Brauer Frick.

Cameron Carpenter, o reinventor

Cameron Carpenter, o reinventor

Se inovar em formatos de concertos já é algo delicado, imagine o que significa implementar novas características a um instrumento musical de tradição secular.

O jovem músico americano Cameron Carpenter encarou o desafio e conseguiu reinventar seu instrumento, o órgão de tubos.

Bem, ele não inventou um novo tipo de órgão de tubos, mas trabalhou no desenvolvimento de um órgão digital facilmente transportável que reproduz os sons dos melhores instrumentos de tubo do mundo. Algo que só se tornou possível graças à tecnologia.

Tudo começou com a frustração que o artista, hoje com 33 anos, sempre sentiu com o reduzido número de bons órgãos de tubo não apenas em seu país, mas no mundo todo.

Cameron Carpenter não se conformava com esta limitação. Ele vislumbrou a possibilidade de reinventar a relação entre organistas e seu instrumento, caso conseguisse desenvolver um órgão com a sonoridade dos tubos, mas portátil.

cameron para ia=magem do blog e slideshow

O projeto levou cerca de dez anos e foi realizado em conjunto com a empresa Marshall & Ogletree. O processo envolveu gravar sons dos órgãos de tubo favoritos de Carpenter. Com registros sonoros de diversos instrumentos, foram escolhidos os melhores sons de cada órgão.

O processo possibilitou juntar na mesma estrutura sons originários de diversos órgãos, criando um instrumento que jamais poderia ter existido em outra época que não no século 21, com toda tecnologia disponível atualmente, incluindo um sistema de amplificação de alta potência. O site do artista traz as especificações técnicas.

Denominado International Touring Organ (algo como "Órgão Que Excursiona Pelo Mundo"), o instrumento fez sua turnê de estreia em março. O concerto inaugural foi no Alice Tully Hall de Nova York.

Veja o registro fotográfico daquela noite, desde a chegada ao local, a montagem, os ensaios e o momento em que o novo órgão foi apresentado ao público.

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O crítico do New York Times, Anthony Tommasini, adorou o som do instrumento.

Carpenter aproveita a turnê internacional 2014 para apresentar sua criação tecnológica e também lançar  o CD "If you could read my mind", já gravado nela.

Além de instrumentista e inventor, Cameron Carpenter é um ótimo comunicador. Veja sua participação na série de concertos da Filarmônica de Berlim voltada a famílias, explicando seu instrumento (legendas em inglês):

 

Festivais inovam no eixo Rio-SP

Festivais inovam no eixo Rio-SP

No espaço de dois meses, o eixo Rio-São Paulo terá festivais de música clássica com foco em inovação e experimentação, reunindo artistas internacionais e nacionais.

Coincidência ou Zeitgeist?

No final de novembro, a capital paulista recebe a segunda edição do Música Estranha – Encontro Internacional de Música Exploratória, com direção artística de Thiago Cury.

Em meados de janeiro, a vez do Rio sediar a edição de estreia do RC4 Festival – Novas Direções na Música Clássica, com curadoria de Claudio Dauelsberg.

Leia abaixo destaques dos festivais, com clips e links para os artistas convidados.


 

São Paulo terá rave clássica e concerto conectando quatro cidades

O Música Estranha acontece entre os dias 26 e 30 de novembro. Na programação, destaque para a rave de música clássica comandada desde 2013 pelo britânico Brendan Walsh em Amsterdam.

O organizador assumirá em São Paulo sua mesma persona artística holandesa, parte da dupla de DJs Mengel & Berg. Seu colega de picapes também virá para o festival.

E qual a dinâmica de uma rave de música clássica?  Não é das respostas mais simples de encontrar, mas este clip de divulgação (em inglês, sem legendas) pode ajudar a entender.

O concerto de abertura do Música Estranha vai usar link digital on-line para conectar o festival em São Paulo aos parceiros internacionais NonClassical (Londres), Canadian Music Centre (Toronto) e YClassical (Suíça).

Além de Brendan Walsh e os músicos do concerto de abertura, os estrangeiros convidados pelo Música Estranha são Hans Beckers (Bélgica) e o pianista Marc Tritschler (Alemanha). Os brasileiros são o saxofonista Pedro Bittencourt,  o cantor e compositor Rômulo Fróes, o coletivo multimídia Cão e o Camará Ensemble.

O Música Estranha também organizará um Smart Mob Musical, debates e palestras. O festival ocupará o Centro Cultural São Paulo, Casa Modernista e Red Bull Station SP.


Rio receberá Tristano e ícones da nova cena internacional

O RC4 Festival ocupa o Oi Futuro Ipanema nos dias 16, 17, 23 e 24 de janeiro de 2015.

Quem abre o evento é o pianista Francesco Tristano, de Luxemburgo. É a primeira vez que ele virá ao Brasil.

Veja aqui um clip com trecho da música "Long Walk", apresentada no boletim de hoje da Rádio CBN

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O pianista Francesco Tristano

 

O RC4 Festival também levará ao palco de Ipanema o compositor, produtor e DJ inglês Gabriel Prokofiev;  o saxofonista espanhol Joan Martí Basquier, o violinista, regente e ativista suíço Etienne Abelin, criador da Music Animation Machine; o compositor brasileiro Wilson Sukorski e o trio alemão Brandt Brauer Frick.

Prokofiev e Abelin desenvolvem em seus países de origem trabalhos icônicos que levam música clássica a plateias jovens, musicalmente curiosas mas que não frequentam salas de concerto.

Prokofiev é o criador da produtora Nonclassical e Abelin está à frente das YNights. Ambas instituições são parceiras do Música Estranha em São Paulo, enquanto seus criadores estarão no RC4 carioca.

Coincidência ou Zeitgeist?

Ouça aqui o nosso boeltim na Rádio CBN que tratou deste tema http://viva.mu/festclassicosrioesp.